Discografia

Kiki à Paris

Venez vous immerger dans l’atmosphère envoûtante du Paris des années folles avec notre concert-cabaret dédié à la légendaire Kiki de Montparnasse. Cette muse, modèle, et icône bohème a inspiré des générations d’artistes, et nous célébrons sa vie à travers une sélection de chansons emblématiques.

Ces chansons : l'Hymne à l'amour, Mourir sur scène, Résiste, entre autres,  arrangées par le talentueux Jean-Luc Fafchamps, vous transporteront dans l’univers artistique de Kiki, où la passion, la mélancolie et la rébellion se mêlent. 

Albane Carrère, mezzo-soprano, percussions

Elsa de Lacerda, violon, voix, percussions

Magali Rischette, Guitare, loop, voix, percussions

  • Francis Poulenc/Louise de Vilmorin Violon (extrait de Fiançailles pour rire)

  • Claude Debussy/Pierre Louÿs
    Flûte de Pan * La chevelure (extraits de Trois chansons de Bilitis)

  • Lili Boulanger/Maurice Maeterlinck Reflets

  • Jean-Luc Fafchamps/Boris Vian Je voudrais pas crever

  • Barbara
    Toi (Barbara)

  • Kiki
    Là-haut sur la butte (Carlo Guindani - P. Damy)

  • Jane
    Quoi (Guido et Maurizio De Angelis - Cesare de Natale - Serge Gainsbourg)

  • Brigitte
    Conne (Brigitte Fontaine - Areski Belkacem/Etienne Daho)

  • Juliette
    Tueuses (Juliette)

  • Hoshi
    Et même après je t’aimerai (Hoshi)

  • Dalida
    Mourir sur scène (Michel Jouveaux - Jeff Barnel)

  • France
    Résiste (Michel Berger)

 

Les courbes suggestives d’une femme, de dos. La tête enrubannée, le port discret, épuré, qui invite à la curiosité... et les deux ouïes de violoncelle peintes à même la peau, qui font de ce corps féminin le plus irrésistible des instruments de musique, et confèrent à cette photographie la force graphique d’ une peinture. C’ est bien elle : Kiki de Montparnasse, que Man Ray immortalise en 1924. Une des photographies les plus iconiques du début du 20ème siècle. L’ambiguïté qu’elle recèle, délibérée et manifeste, incarne le trait d’union entre deux époques, deux réalités.
Fille de rien qui veut tout, Alice Prin, dite Kiki, sera tout à tour modèle, danseuse, artiste peintre, chanteuse, gérante de cabaret, actrice de cinéma et, plus sobrement, «reine de Montparnasse ». Kiki n’était pas la plus belle, la plus talentueuse ou la plus brillante, c’était juste une femme libre, débarrassée des conventions, un oiseau de nuit, une muse parfois amante, qui avait peut-être compris qu’en se libérant du qu’en dira-t-on on révélait la force créatrice de l’insoumission à l’humanité toute entière. Paris d’entre-deux-guerres: audace, invention, rébellion esthétique, glissement des
arts convenus vers la fête, le music-hall et le cirque, abandon des bénitiers en direction du plaisir, changement de paradigme - jusqu’à la voix qui se débarrasse de son pathos, du vibrato et mue en geste populaire : naturelle, microphonique, languide, intime, blues, pop, cinématographique..., pendant que le piano devient guitare. Par la libération des corps, et spécifiquement celui de la femme, le vieux monde s’est mué en un autre monde, notre monde. C’est ce que chante ce projet discographique, Kiki à Paris. D’un côté, le portrait à contre-jour d’une personnalité mystérieuse dont la fascination perdure et, de l’autre, le glissement fascinant d’une expressivité ampoulée quoique sublime vers l’univers des icônes. Une femme, une ville, une tranche d’histoire.

Albane Carrère, Mezzo-Soprano

Elsa de Lacerda, Violon

Magali Rischette, Guitare

Jean-Luc fafchamps, Composition et arrangements

 

Laura Herbinia, Crédits photo

Yves Gervais, Crédits photo 2024

Change

Onze cantos de luta, de resistência.
Onze punhos erguidos em música que inspiram a mudança.

Elsa de lacerda, violino
Pierre solot, piano 

HAROLD NOBEN Apesar de você

GWENAÈL GRISI Grândola, vila morena

FABIAN FIORINI Disapparition

BENOIT MERNIER Strange fruit

MARGARET HERMANT Rainbow

CLAUDE LEDOUX Laphiekhona

APOLLINE JESUPRET De mille murmures

KAROL BEFFA Tabula rasa

JEAN-LUC FAFCHAMPS Ain't got no…

GWENAËL GRISI Bella ciao

ALEXANDER GURNING Independance chacha

 

Foi num serão de 2020, estávamos todos em confinamento, reféns da pandemia, confrontados com nós próprios fora do turbilhão do quotidiano.

A esta clausura acresciam palavras violentas insinuadas pelos média: algumas profissões, algumas vocações, alguns caminhos de vida seriam mais « essenciais » do que outros. Nomeadamente, os músicos.

Nesse serão de maio de 2020, Elsa mostrou-me um vídeo de alguns minutos, onde se via Zeca Afonso a cantar, a capella, Grândola, Vila Morena, no Coliseu dos Recreios de Lisboa em 1983. Uma multidão imensa acompanhava-o de viva voz, alguns de braço levantado, numa recordação vibrante da Revolução dos Cravos, dessa noite do 25 de abril de 1974 onde esta canção censurada devido à sua mensagem fraternal foi difundida na rádio para anunciar ao povo português que tinha começado a revolução que iria derrubar o regime de Salazar.

Na História há músicas que tiveram um papel concreto, um papel forte de mobilização,

um papel essencial…

Depois de uma aturada reflexão, o projeto CHANGE surgiu no nosso espírito: sublimar a recordação dessas músicas que ajudaram a mudar o mundo, revisitar essas viragens na história das sociedades, esses instantes de revolução e de resistência, sob o prisma dos nossos sonhos e dos nossos medos de hoje.

Reunimos onze melodias, vocais ou instrumentais, canções. Mas não bastava tocá-las sem uma palavra. Queríamos um olhar empenhado sobre essas memórias necessárias.

Encomendámos assim a dez compositores belgas e franceses, jovens e menos jovens, homens, mulheres: escolheram a sua melodia, o seu combate e tiveram carta branca para fazer emergir a sua criatividade destas recordações, da sua própria música, da sua própria visão destes grandes momentos da história.

Depois de Grândola, a nossa « belgitude » não podia ignorar o Independance Cha Cha, esta canção de Grand Kallé que anuncia aos congoleses a sua independência em 1960 através da Radio Congo belge, tendo-se tornado um hino anticolonial.

É na África do Sul, em 1988, que Johnny Clegg (o « zulu branco») canta pela primeira vez Simbonanga, o que significa «aquele que não vimos», aquele que está na prisão desde 1964 : Nelson Mandela. Johnny Clegg canta em zulu e em inglês, denunciando o apartheid e deixa-nos uma canção contra o racismo.

Strange Fruit evoca o fruto estranho suspenso numa árvore e o cheiro a carne queimada. Estamos em 1939 no Café Society de Nova Iorque e, pela primeira vez, Billie Holiday interpreta com o seu vibrato frágil esta canção sombria que fala sobre o linchamento dos afro-americanos nos Estados Unidos.

Na linha destas grandes etapas musicais para a conquista dos direitos cívicos nos Estados Unidos, Nina Simone publica pela primeira vez em 1968 a canção Ain’t Got No, I Got Life, que enumera as privações das mulheres de cor, para passar depois ao júbilo de I Got Life, um grito feminista no coração da América racista.

Mais a Sul, no Chile, em 1973, o grupo Quilapayùn e Sergio Ortega compõem, em poucas horas El Pueblo Unido Jamás Sera Vencido, uma canção de apoio a Salvador Allende, uma canção de apoio ao povo chileno que se encontra sob o jugo do golpe militar e do regime sangrento de Augusto Pinochet. A canção de apoio será retomada um pouco por todo o mundo como símbolo de solidariedade e de liberdade face à opressão.

No Brasil, em 1970, sob o jugo da ditadura uma vez mais, Chico Buarque dissimula a sua crítica do poder como disputa amorosa na sua canção Apesar de Você, uma dissimulação eficaz que engana a censura e transmite aos brasileiros estas palavras de resistência com ritmos requebrados:

«Apesar de você, amanhã há-de ser um outro dia, eu pergunto a você onde vai se esconder? »…

Na Europa, a canção Bella Ciao torna-se um hino à resistência, exprimindo a recusa do fascismo na boca dos revoltados italianos da Segunda Guerra Mundial que retomavam uma melodia que as mulheres cantavam nos arrozais no início do século XX, refletindo na época as vidas penosas do proletariado.

Um pouco por todo o mundo, o Arco-Íris simboliza a luta contra a discriminação das pessoas LGBTQIA, símbolo de uma vontade de fazer cessar a categorização atroz do género humano consoante a sua orientação sexual. Over the Rainbow de Harold Arlen, bem longe dos sonhos da jovem Judy Garland no Mágico de Oz, é uma canção que extravazou a intenção do seu autor, tornando-se política.

Na Alemanha de 1990, após a queda do Muro de Berlim, o grupo Scorpions compõe Wind of Change, o vento da mudança. O bloco comunista desmoronou-se, a Alemanha reunificou-se e a canção deu a volta ao mundo.

Por fim, a Internacional de Eugène Pottier e Pierre Degeyter atravessou o mundo desde o século XIX, exaltando as lutas sociais e dos trabalhadores, simbolizando a utopia e a comunhão dos povos desde a Comuna de Paris, até à revolução russa e aos estudantes em revolta na Praça de Tian’anmen em 1989.

— Pierre Solot

Still Schubert

SCHUBERT, FAFCHAMPS
Prémio Octave de la musique 2020

Albane Carrère, meio-soprano
Quarteto Alfama
Elsa de Lacerda, violino
Céline Bodson, violino
Morgan Huet, viola
Renaat Ackaert, violoncelo
 

F. SCHUBERT 
A Morte e a Donzela

L. FAFCHAMPS 
Lust auf Sehnsucht

Exilio

Edith Saint-Mard, canto
Anne Niepold, acordeão diatónico
Bernard Mouton, flautas de bisel
Philippe Malfeyt, viola de mão (vihuela), alaúde
Vincent Libert, percussões
Elsa de Lacerda, violino
Céline Bodson, violino
Morgan Huet, viola
Renaat Ackaert, violoncelo 

« Os violinos choram um tempo perdido que não voltará
Os violinos choram uma pátria perdida que talvez voltará » — Mahmoud Darwich

A 31 de março de 1492, os Reis Católicos expulsavam os judeus de Castilha e de Aragão. Entre
70.000 e 170.000 pessoas deixaram a Península Ibérica para o que se tornaria um exílio definitivo. O
programma deste disco é não só testemunho do exílio de um povo, mas também do exílio dos corações cuja lírica do amor cortês medieval nos transmitiu provavelmente os mais belos testemunhos. Nostalgia do país, errância de um coração desesperado, rejeição de um mundo de aparências… alguns exemplos de muitos exílios que inspiraram este trabalho.

Para seguir os vestígios desta diáspora propícia aos encontros culturais, La Roza
Enflorese associa-se ao Quarteto Alfama para interpretar um repertório judeo-espanhol
complementado por polifonias do Renascimento Espanhol e composições originais de 
Philippe Malfeyt sobre poemas de Pablo Neruda.
Quando em 2013, o Centro Flagey nos encomendou uma criação, duas ideias surgiram
imediatamente: associar-se a uma formação clássica – e nada mais clássico do que um quarteto de cordas – e aventurar-se a explorar outros reportórios diferentes do da tradição sefardita que nos ocupa desde há tantos anos. Estas duas escolhas vão revolucionar o nosso modo de trabalhar.
Está fora de questão improvisar contracantos a 9 em torno de uma
monodia… trata-se antes de escrever arranjos sucificentemente elaborados a fim
de explorar a riqueza do quarteto de cordas e, porque não, lançar-se na composição ?
Devemos a Philippe Malfeyt este magnífico trabalho de escrita que associa tão bem instrumentos históricos ou tradicionais aos instrumentos actuais. Cria um universo
moderno pleno de sonoridades antigas e populares que emanam uma certa nostalgia.

Quartettsatz

WOLF, WEBERN, MENDELSSOHN, RACHMANINOV…

Elsa de Lacerda, violino I
Céline Bodson, violino II
Kris Hellemans, viola
Renaat Ackaert, violoncelo

O sonho de Ariane

O quarteto contado às crianças: uma vez mais!

Ariane Rousseau
Quatuor Alfama

Leo Brouwer
Concierto Elegiaco

Denis Sung-Hô, guitarra
Quarteto Alfama

L. BROUWER
Concierto Elegiaco

Frédéric Devreese
Divertimenti

Quarteto Alfama
Elsa de Lacerda, violino I
Ales Ulrich, violino II
Sarah Charlier, viola
Renaat Ackaert, violoncelo
 

A.M. Gretry
Sei Quartetti

Quarteto Thaïs
Caroline Bayet, violino
Elsa de Lacerda, violino
Wendy Ruymen, viola
Kathy Adam, violoncelo